Escape From Nazi Labs – Terror Trash na Segunda Guerra Mundial

Quando os assuntos são guerras e jogos, dificilmente conseguimos escapar da rápida imagem mental envolvendo FPS e muita ação e testosterona. Mas terror? E não, não estou falando dos “terrores da guerra”. Trash? É, é isso mesmo. O jogo de hoje pouco se assemelha aos jogos tradicionais que envolvem a temática de guerra.

Escape From Nazi Labs é um rogue-like old school arcade, onde você é uma cobaia de experimentos secretos dos nazistas e tem que fugir de uma instalação secreta denominada “Nazi Labs”. O jogo lançou faz apenas uma semana na Steam e tem uma premissa simples, sem dúvidas. Mas não deixe que essa impressão tire de você a vontade de jogar. Por quê? Bem, vou contar minha experiência:

Quando iniciei o jogo a primeira vez e dei de cara com um uma trilha sonora agitada desde o menu inicial, já criei uma certa expectativa. Digo isso pois particularmente aprecio muito quando jogos que possuem um ritmo acelerado possuem músicas que acompanhem a velocidade do jogo. A própria logo já lembra o visual das bandas de punk underground e filmes trash de antigamente.

Personagens:

São quatro personagens iniciais e vi que haviam mais outros quatro “secretos” para desbloquear, que mesmo depois de algumas horas de jogo não consegui. Os personagens possuem atributos (Life, Speed, Bullet Time e Use Itens) com valores de 1 até 5, apesar de que tenho a impressão de que esses valores podem ser extrapolados com upgrades in-game. Uma coisa que não gostei muito é que, ao menos nos personagens iniciais, nenhum deles tem variação nos atributos de Bullet Time e Use Itens. Joguei todas as vezes com a mesma personagem e por isso não tenho como afirmar com certeza, mas acho que Speed é um dos atributos mais importantes do jogo.

Jogabilidade:

 A jogabilidade tem um quê de Binding of Isaac, onde o personagem anda e atira sem parar nos inimigos. Ao contrário do pobre garoto no porão, entretanto, em Nazi Labs os inimigos no level não param de spawnar, Você não possui um mapa do local que está, algo que não é muito problemático nos primeiros andares, mas conforme vai subindo (você começa no subsolo da instalação), e as fases se tornam bem maiores, isso me incomodou um pouco. Mas o que pra mim determinou meu estilo de jogo e que não vejo como um ponto positivo é o fato de que matar os inimigos não adianta de nada. É sério. Eles só vão atrás de você, aos montes se você não os matar, mas matar eles não dropa itens nem nada. Ao perceber isso simplesmente comecei a correr pelas fases matando os inimigos apenas se extremamente necessário e procurando power-ups. Ah, falando neles…

Power-Ups:

Os power-ups são recolhidos ao longo das fases, não existe uma quantidade padrão por fase, eles sempre estarão dentro de baús que você abre ao passar pelos mesmos, mas esses baús podem estar dentro da “mobília” das fases, então te aconselho a destruir tudo que ver pela frente. A mecânica deles é uma porcentagem de chance de que você utilize a arma que encontrou, quanto mais vezes pegar a mesma arma, maior a chance de utilizá-la e quanto mais power-ups pegar maior a chance de que pelo menos um deles seja ativo a cada ataque que você der. Eles são os mais diversos possíveis, a criatividade é incrível, das clássicas armas como shotguns, rifles, metralhadoras até RPG’s, armas laser, drones (encontrei drones que eletrificavam os inimigos, atiravam laser, atiravam como metralhadoras, soltavam mísseis…), facas, shurikens, ácidos, molotov… É, a lista é grande e apesar de ter encontrado vários acho que ainda faltam muitos.

Sinceramente, os power-ups são pra mim a graça e o espírito do jogo. Eles são cumulativos, então lembra muito os jogos de antigamente que em determinado momento você parecia um avatar da destruição e do caos de tantos poderes que soltava ao mesmo tempo. Achei incrivelmente divertido e, mesmo assim, não deixaram o personagem invencível (longe, beeeeem longe disso).

Ah é, existem alguns power-ups que não são de armas, aumentam a sua velocidade, vida e um outro que não tive certeza se influenciava minha velocidade de ataque ou a velocidade que meu Bullet Time regenerava.

O Bullet Time é uma habilidade passiva do personagem, ela funciona como uma super esquiva, ela se ativa automaticamente sempre que sua barra Bullet Time está cheia e deixa o jogo em câmera lenta, te fazendo esquivar automaticamente do ataque que ativou a habilidade e, se você se mover corretamente, de outros enquanto ela estiver ativa.

Comentários Gerais:

Pró: Existem diversas referências no jogo, como um power-up que funciona como o disco do Predador e monstros que fariam Lovecraft se sentir orgulhoso. Quanto mais você souber mais referências irá encontrar.

Contra: Algo que me deixou realmente chateado foi que em alguns andares (especialmente as variações do segundo andar), os ataques de determinados inimigos eram praticamente invisíveis, pois seus projéteis possuem cores semelhantes as do chão. Muitas vezes só percebia que estava sendo atacado quando o Bullet Time ativava.

Pró: A música realmente se encaixa perfeitamente com o ritmo do jogo, rápido porém não alucinante.

Contra: O gráfico do jogo poderia ser melhor polido, em alguns momentos a câmera se afasta do personagem para permitir uma melhor visão mas isso diminui a qualidade da UI deixando impossível de ver os valores de vida.

Pró: Existem fases secretas e personagens novos para desbloquear. Mas não posso dizer que encontrei nenhum deles.

Contra: Ainda existem diversos bugs aqui e ali, mas o jogo foi recém lançado, está sempre com novos updates sendo lançados e acredito que logo logo eles vão se resolver.

Finalizando:

Escape From The Nazi Labs é um jogo bem divertido, ideal para passar o tempo quando não se está afim de fazer grandes estratégias ou se envolver na história. O ritmo agitado de jogo e da música e as explosões e tiros constantes vão te dar um bom tempo de diversão. Vale à pena checar!

Além de tudo o jogo é brasileiro, isso mesmo, desenvolvido aqui no nosso território, mais um motivo para você checar e valorizar!

p.s: Ainda estou preso nesse chefe maldito!

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