Snowflake’s Chance – Até onde vai a toca do coelho?

Snowflake, o coelho, foi pro inferno e tem 99 chances para escapar. Tudo porque resolveu sair de sua toca para comer umas espigas de milho.

O problema é que a subida de volta é muito… muito… mas MUITO longa… E perigosa!

Assim como ele, outros animais do campo tiveram o mesmo destino, mas viraram criaturas demoníacas após falharem miseravelmente na tentativa de retornarem pra casa.

O game, no estilo plataforma 2D, apresenta 21 níveis inferno acima, com inimigos violentos e obstáculos mortais, os quais Snowflake deve enfrentar (atacando com sua patada de coelho) ou evitar (se escondendo atrás de arbustos ou deixando uma isca), de acordo com seu tamanho e brutalidade.

E não se engane. Apesar do jogo possuir checkpoints, eles são bem espaçados e, no geral, te “respawnam” em lugares não muito seguros, então fique atento!

E falando nisso, não vacile, pois um salto errado no túnel central do jogo pode te mandar direto para o fundo do inferno novamente, independentemente se você já estiver no 3º ou no 21º nível!! Com certeza isso te forçará ao suicídio em vários momentos, só para voltar para o último checkpoint.

Uma mecânica bastante distinta do jogo é a habilidade de engolir outros animais que, assim como o protagonista, ainda não viraram escravos do satanás, e depois regurgitá-los de volta. Dessa maneira, uma marmota pode ser jogada para distrair um javali-demônio, abrindo passagem para o jogador enquanto a fera a destroça impiedosamente, ou cuspir sapos venenosos nos inimigos. Você também pode armazenar marmotas para alcançar lugares mais altos, já que saltar em suas cabeças te propulsiona  com mais força para cima.

Arte do Game

O estilo de arte 2D fofinho desenhado à mão com bastante personalidade e as animações fluidas e expressivas (com destaque aos movimentos desesperados de Snowflake durante uma queda longa e à cena sanguinária quando se pula em um espeto) nos deixam impressionados ao saber que o game foi criado por apenas dois caras: o artista Carl Morgan que, a propósito, tem desenhos bem legais de dinossauros em sua página, e o músico Dante Morris, que compõe uma trilha sonora com tons de órgãos caóticos e  pitadas de flauta estilo jazz aqui e ali, lembrando bastante os trabalhos do flautista Greg Pattillo.

O ambiente é bem detalhado, com um bom level design, fazendo com que a subida de volta pareça variada e labirintesca, apesar de linear. Elementos como itens e alguns inimigos são randomizados a cada nova jogada, o que contribui ainda mais com a variedade no gameplay.

Apenas algumas ressalvas neste quesito devem ser feitas: inicialmente, com tantos detalhes na tela, fica um pouco difícil saber o que é diegésico ou não ao jogador. Trocando em miúdos: o que é cenário e o que é item pode se confundir, pois não há muitos indicativos do que é interativo ou não. O mesmo ocorre com alguns perigos da fase: muitas mortes gratuitas emergem de um piso de lava que não se destaca muito do piso normal ou de um espeto que parece apenas um elemento de background.  Talvez tenha sido uma decisão intencional de game design para elevar a dificuldade do jogo, mas por vezes parecerá injusto.

Considerações Finais

Snowflake’s Chance está disponível no Steam neste link.

O criador do jogo o compara com jogos como Oddworld: Abe’s Odissey, Spelunky e Heart of Darkness. Pessoalmente, eu compararia com Super Meatboy, pela seu design bastante voltada à mecânica de salto, o qual não pode ser combinado com o botão de ataque para desferir uma patada aérea (o que fez bastante falta em alguns momentos).

É uma boa pedida para quem gosta de jogos de super nintendo, fáceis de controlar, com curva de aprendizado simples e intuitiva, mas com dificuldade brutal.

E sem desculpinhas para n00bisse! Como diz Carl Morgan: Snowflake’s Chance é “otimizado para a sobrevivência: O jogo é completamente compatível com um Gamepad”.

Boa sorte! ; )

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